domingo, 28 de janeiro de 2018

Poesia- Seus olhos


eu confesso que não sei por onde começar
na minha eterna confusão
se início pelos teu olhos
naturalmente grandes sombreados nas pálpebras
como veludo que encobre minha fragilidade
macios  destacados por grandes cílios
que quando fechados despertam-me aquela magia
furtam o mistério de um templo religioso

e quando abertos idolatram com alegria de céu azul de maio
com cristalina vista
honrando minha relação com vc

e quando fechados entregues ao sono profundo do branquinho
roubador de sonhos
corpo grudado na noite da cama protetora
fusão de descanso com o lençol bom
completamente fazendo uno
das vidas que ali se vão

e quando tristes apertados de tirar águas  da fonte da alma amada
franzindo a testa exigindo da boca a frase:
-mas vc é meu bem
exigindo-me uma conduta nova dizendo-me:
-vc é meu bem

e quando na rotina da vida focados no cotidiano
se esquecem de mim lançando-me
aquele desdem ingenuo
ora apertando ora piscando
deixando vc longe como veleiro de ushuaia
que tentar voltar
mas realmente vai de mim
no foco que te distrai
se perdendo da vida que eu quero egoísticamente

sim vou começar falando de seus olhos
depois decido
qual parte de vc continuarei

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Maira Gall