quarta-feira, 4 de março de 2009

Poesia-Sensibilidade

parece que a cor laranja se misturou ao roxo
por sobre o lago
quase congelado na manhã que desperta enfumaçada
as primeiras cores da aurora afugentam a noite
e a água que pára
no filme imóvel
que se forma aos meus olhos
e arrepia minha pele
faz me lembrar de sua sensibilidadedo
lago refletor dos mistérios de Ti
é tanta tua sensibilidade
é a asa da libélula
que teima em flutuar
despencando pelas moléculas do ar da manhã
toca de leve após o pouso
a água gelada do lago
refletor de Ti
e vem o movimento
e vê o movimento
em ondas simétricas
no limiar do sentir
comparo-te ao vento quente que sobe da terra rumo ao céu
toca arrancando as sementes de dente de leão de seu cálice,que as elevam em rodopios e liberdade
após o sopro que vai, teimam agora em cair
e novamente tua sensibilidade me espanta
não sei se és mais a superfície da água do lago frio ou a asa que cai
mas ambos tocam meus sonhos
a folha na madrugada
encorpada com água na ponta uma gota orvalho
dependurada ao menor toque a queda
e ela continua dependurada talvez esperando o movimento que a fizesse precipitar
Tocas aqui simplesmente com o balançar de cabelo
Num gesto de espanto,num curvar de pescoço
quando me mostras a outra face inocente
que fico a admirar.

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Maira Gall