quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

cancer de mama estresse e depressão




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Câncer de Mama:
A Relação com Estresse e Depressão
Querles de Paula Alves Calábria
RESUMO

O câncer de mama é um tema de estudo de vários especialistas do mundo por ocupar o primeiro lugar entre os tumores malignos que atinge mulher. Esta pesquisa está voltada, especificamente, para os fatores psicológicos da paciente. E, para isso, analisamos os depoimentos de cinco mulheres, entre 38 e 51 anos, que tiveram a doença. Relacionamos os casos e mostramos a ligação da doença com o estresse e a depressão. Tentamos descrever o que a mulher pode fazer, em conjunto com o tratamento médico, para recuperar sua saúde e como elas podem participar de sua própria recuperação, propondo maneiras para ajudar o tratamento e visualização de cura.
Palavras-Chave: câncer de mama, estresse-depressão, visualização de cura, aspectos psicológicos
SUMMARY
The breast cancer is a theme of study of several specialists of the world for occupying the first place among the malignant tumors that it reaches woman. This research is returned, specifically, for the patient's psychological factors. And, for that, we analyzed the depositions of five women, among 38 and 51 years, that had the disease. We related the cases and we showed the connection of the disease with the stress and the depression. We tried to describe what the woman can do, together with the medical treatment, to recover her health and how they can participate in their own recovery, proposing ways to help the treatment and visualization of cure.

Word-key: breast cancer, stress-depression, visualization of cure, psychological aspects

CÂNCER DE MAMA – A Relação com Estresse e Depressão


1. INTRODUÇÃO

O câncer de mama ocupa o primeiro lugar entre os tumores malignos que incidem na mulher e é tema dos estudos de vários especialistas do mundo inteiro, como mostram as pesquisas de GANDINI (1995), HALBE (1993), PINOTTI (1991) e SIMÕES (1982). Atualmente, as pesquisas sobre câncer de mama, não se preocupam mais com uma única causa da doença, mas sim com a interação de vários fatores: psicológicos, sociais, antropológicos, genéticos, hormonais, imunológicos, nutricionais, dentre outros. Nesse sentido, este estudo tem como foco investigar a influência dos fatores psíquicos na constituição da doença.

A presente pesquisa não pretende explorar exaustivamente o assunto. Assim, ela está voltada, especificamente, para a influência de fatores psicológicos da paciente. A relação entre os fatores psicológicos, tais como o estresse e depressão, e o câncer têm sido amplamente estudados por vários autores, os acima citados, e outros como: LIPP (1996), SIMONTON’S & GREIGHTON (1987), SIMONTON’S & HAMPTON (1994), WEISS (1936/1991) em diversos enfoques teóricos e metodológicos.

Esta pesquisa teve como pretensão investigar o tema do câncer de mama e as ações que a mulher pode fazer, em conjunto com o tratamento médico, para recuperar sua saúde. Ou seja, o trabalho se restringe a uma colaboração às mulheres com câncer de mama, para que elas possam contribuir com sua própria cura. Tem como objetivo mostrar que as mulheres vítimas desse câncer podem participar de sua própria recuperação. Por outro lado, além de ajudar às pessoas que não estão doentes e venham a se interar sobre a questão neste estudo, visa possibilitar o fornecimento de informações importantes para a conservação da sua saúde. Dessa forma, este estudo propõe-se a divulgar a idéia de que o câncer de mama não é o fim.

A mulher com câncer de mama tende a se desesperar, se deprimir, se angustiar, causando maior sofrimento para o seu corpo e afetando sua defesa imunológica. Sabendo-se disso, tenta-se aqui contribuir para que as vítimas dessa doença possam superá-la.

Através da análise dos depoimentos de cinco mulheres, entre 38 e 51 anos, que tiveram o câncer de mama, percebeu-se uma estreita relação entre a doença e as reações psicológicas da doente. Nesse sentido, este trabalho traçará um percurso, mostrando a ligação da doença com o estresse e a depressão da paciente, de tal forma que poderá vir a auxiliar vítimas desse câncer a compreender melhor o problema e fazer a escolha de uma vida melhor.

O aspecto psicológico da mulher cancerosa tende a piorar com o tempo, causando-lhe fortes emoções como angústia, medo, ansiedade, desespero e depressão (Halbe, 1993). Isso pode fazer com que a doença se agrave, levando-a até a morte. Portanto, ela deve se auto-avaliar e reagir contra a doença.

Procurou-se investigar teoricamente sobre as fontes do estresse e da depressão da paciente e seus efeitos sobre o corpo dela, relacionando-as com a doença. Foi coletado depoimento de uma mulher que estava em retorno de consulta do Hospital Pérola Bygton em São Paulo-SP, de duas pacientes do Ambulatório “Centro de Referência da Mulher” em São Paulo-SP e de outras duas da Oncologia do Hospital de Clínicas de Uberlândia-MG. Todas tiveram o câncer na mama seguido do estresse e da depressão.

Foram feitas comparações dos casos dessas mulheres, analisando-se o conteúdo das entrevistas e interpretando-o à luz das concepções teóricas. Dessa forma, procurou-se aqui deduzir como reagir contra a doença, preocupando-se com o bem-estar na vida das pacientes vitimadas com esse câncer.


2. O CÂNCER DE MAMA - Conceituação e Etiologia

Muitas mulheres, ao descobrirem que estão com câncer de mama, ficam em dúvida com relação a o que ele é e o que o causa. É normal que elas se perguntem Por que eu?. As que tiveram uma vida normal e saudável, com boa alimentação, praticando esportes, ficam ainda mais intrigadas.
A mais antiga definição literal de câncer é citada por Sontag como um tumor, um inchaço ou uma protuberância. O termo câncer advém do grego Karkinos e do latim câncer, significando caranguejo, simbolicamente pela semelhança entre as veias intumescidas de um tumor e as pernas do animal e também pela sua agressividade, imprevisibilidade, invulnerabilidade e capacidade de aprisionamento (HALBE, 1993, p.194).

Como muitas pessoas já perderam algum ente querido de câncer ou ouviram falar nos horrores da doença, é comum pensar-se que se trata de um invasor poderoso capaz de destruir o corpo. Na realidade, uma célula cancerosa é uma célula fraca e confusa (SIMONTON, 1987, p.40).

O câncer de mama é uma doença muticausal. A ciência médica ainda não descobriu com absoluta certeza o que o causa. Embora ainda não se tenha uma teoria plenamente aceita sobre a etiologia dele e ainda não se saiba claramente por que uma célula normal começa a se desenvolver de modo anômalo, vários fatores vêm sendo apontados como responsáveis pelo desenvolvimento da doença.

As substâncias cancerígenas são as que vêm sendo mais freqüentemente estudadas como uma das causas da doença. A predisposição genética, as exposições à irradiação ou dietas inadequadas também são apontadas como fatores responsáveis pelo câncer. Entretanto, nenhum desses fatores é capaz de fornecer, individualmente, uma explicação adequada para o surgimento dele.

Atualmente, nos estudos sobre câncer de mama, não se procura uma única etiologia da doença, mas sim o interjogo de vários fatores: psicológicos, sociais, antropológicos, genéticos, hormonais, imunológicos, nutricionais, dentre outros. (GANDINI, 1995, p.2).

Labrum (1976 apud PINOTTI ,1991) estudou os antecedentes de 250 pacientes cancerosos, registrando, em 62% deles, a perda de um familiar ou parente próximo precedendo, quase imediatamente, a aparição clínica do câncer. Na verdade, a perda ou ameaça de perda – parentes próximos, emprego, casa, etc – em si não é significativa no desenvolvimento da doença e sim a maneira como se reage a ela.

Snow (1893 apud HALBE, 1993) ao realizar uma pesquisa sobre o câncer e o processo cancerígeno verificou que, dos 250 pacientes internados ou de ambulatório com câncer mamário no London Cancer Hospital, 43 tinham históricos que permitiam suspeitar-se de uma lesão física. Desses, 15 também tinham um histórico de problemas pessoais recentes. 32 falaram de problemas com trabalho e privações. 156 tinham antecedentes muito mais imediatos referentes a problemas, muitas vezes de maneira dramática, como a perda de um parente próximo. Em 19 dos pacientes não foi achada nenhuma possível causa.


3. O SISTEMA IMUNOLÓGICO – Uma Defesa Natural do Corpo Contra o Câncer

Muito tempo, energia e recursos foram gastos à procura das causas do câncer, porém um fator importante foi negligenciado: as defesas naturais do corpo humano. Todos nós estamos regularmente expostos a doenças, sejam elas simples resfriados, gripes ou doenças infecciosas mais sérias. No entanto, o simples fato de estarmos expostos a elas não significa que ficaremos doentes.

O sistema de defesa do corpo humano – o imunológico – “é poderoso e eficaz”. De maneira bastante simplificada, ele é composto por vários tipos de células, designadas a atacar e destruir substâncias estranhas ao nosso organismo. Esse processo de autocura acontece o tempo todo, a todos os níveis do corpo humano. Entretanto, vale saber que o estresse imobiliza ou diminui a ação desse sistema, o qual também é responsável pela destruição de células cancerosas (LOWEN, 1982).

O cancer é uma doença que pode ou não ser fatal. A própria defesa corporal é um inimigo mortal do câncer, não importando o que tenha o causado inicialmente. Para ajudar essa defesa imunológica, o tratamento médico pode é um aliado importante.

O funcionamento normal do sistema imunológico e a diminuição da produção das células anormais criam condições propícias para que o câncer regrida. As células anormais que restarem podem ser destruídas pelo tratamento ou pela própria defesa natural do corpo.

Mello Filho (1976 apud PINOTTI, 1991) afirma existir uma estreita relação entre crescimento neoplásico e sistema imunológico. Parece que, em condições especiais, como em “stress” ou estados depressivos, surgem células mutantes, as quais passam, assim, a se desenvolver livremente.

Os progressos recentes na área de psiconeuroimunologia confirmam a capacidade do stress de diminuir a resistência do sistema imunológico a distúrbios viróticos, desde o resfriado comum e a herpes até a AIDS e o câncer (LIPP, 1996, p.15).

Portanto, é importante estimular as defesas corporais contra a doença, tomando-se atitudes positivas. Sobre este assunto, ter-se-á um aprofundamento maior (em momento posterior deste texto) que fala da visualização da cura e vontade de viver.


4. ASPECTOS PSICOLÓGICOS DA MULHER COM CÂNCER DE MAMA

A relação entre fatores psicológicos e o câncer tem sido amplamente estudada por inúmeros autores, LIPP (1996); GANDINI (1995); HALBE (1993); PINOTTI (1991); SIMONTON’S & GREIGHTON (1987); SIMONTON’S & HAMPTON (1994) e WEISS (1936/1991), em diversos enfoques teóricos e metodológicos.

Quando uma mulher tem câncer de mama, não está vivendo só uma enfermidade biológica, corporal, mas também está sendo profundamente afetada psicológica e socialmente. Ao receber o diagnóstico de câncer, com a proposta de mastectomia, coloca-se em uma profunda crise pessoal e familiar.

A própria palavra câncer já assusta. Indubitavelmente, define uma enfermidade grave, da qual, em geral, tem-se pouca informação, muito medo e preconceito. Associa-se sempre à incurabilidade e à morte. A morte, em nossa cultura, assusta. Geralmente as pessoas não estão preparadas para enfrentá-la e, muitas vezes, nem sequer consegue-se pensar nela. Associa-se também a dores, cada vez mais insuportáveis, com degradação e deformação físicas, reforçadas quando a cirurgia precisa amputar alguma parte do corpo, como no caso da mastectomia.

Greer (1976 apud PINOTTI, 1991, p.140), estudou cuidadosamente 160 mulheres que o consultaram por “tumor de mama”, das quais 69 apresentaram câncer e 91, tumores benignos da mama. Esse estudo revelou, como uma das principais características das pacientes afetadas com carcinoma, a manifestação anormal de emoções, que precedia, às vezes, em 5 anos a manifestação do tumor. Eram mulheres que manifestavam raiva ou ódio e, muitas vezes, também reprimiam outras manifestações emocionais, especialmente aquelas com mais de 40 anos.
Clinicamente, conseguiu-se observar essa situação numa mulher de 46 anos, com diagnóstico de câncer de mama que, durante a anamnese, mostrava-se indiferente ao problema. Posteriormente, na mesma entrevista, afirmasse um medo horrível da morte, do qual não se animava a falar com ninguém. Contou que foi sempre uma mulher que não gostava de expressar seus sentimentos e, às vezes, sentia-se tão deprimida que não tinha nem vontade de fazer os afazeres domésticos, com os quais estava muito acostumada. Nestes momentos, colocava como pretexto uma dor de cabeça sem importância, apesar de ter tido desgostos muito intensos com seu marido e com sua filha. Isto tudo vinha ocorrendo há uns dois anos, mas ela considerou que seus sintomas não mereciam atenção médica (PINOTTI, 1991, p.140).

Labrum (1976 apud PINOTTI, 1991, p. 140) estudou os antecedentes de 250 pacientes cancerosos, registrando em 62% dos mesmos, a perda de um familiar ou parente próximo, precedendo quase imediatamente, a aparição clínica do câncer.

Essa relação entre o câncer e os fatores psicológicos, já era conhecida e comumente aceita nos círculos médicos até o final do século XIX, segundo Greighton (1987) e o casal Simonton’s (1987). Os médicos do século XVIII e XIX, não possuindo instrumentos e técnicas sofisticadas para efetuarem seus diagnósticos, precisavam escutar seus pacientes e conhecer suas histórias de vida, para, só assim, saberem o que estava acontecendo. Desse modo, eles já haviam percebido a elevada freqüência com que sentimentos de angústia, depressão e desesperança ocorriam antes dos primeiros sinais da doença. Posteriormente, com o advento da medicina tecnológica e mecanicista do século XX, essas observações ficaram relegadas a segundo plano.

O avanço nos estudos da medicina, na segunda metade do século XX, se encarregou de restabelecer as relações entre emoções e o aparecimento das doenças e, mais especificamente, entre emoções e o sistema imunológico (LIPP, 1936).

Embora ainda não se conheça detalhadamente o mecanismo dessas relações, a hipótese de que, por meio do “sistema límbico hipotalâmico”, as emoções se transformam em química, resultando em saúde ou doença para o organismo, vem sendo aceita, atualmente, pelos cientistas desse campo de estudo (LIPP,1936).

4.1. Reações da Mulher ao Receber o Diagnóstico

Ao receber o diagnostico de câncer, já é uma tendência do paciente começar a viver de uma maneira hesitante e condicional. Muitas vezes as pessoas fogem dos amigos e recusam-se a assumir compromissos. Isto não somente estabelece uma expectativa negativa de morte, como também a hesitação pode diminuir, de maneira significativa, a qualidade de vida. A vontade de viver é fortalecida, mesmo quando a vida está ameaçada, se as pessoas se permitem dar um sentido às coisas e se dar prazer.

Halbe (1993), afirma que o diagnóstico de câncer de mama atinge diretamente a integridade do ego da mulher, deixando-a extremamente fragilizada e magoada com esse resultado. Essa situação é geradora de muita angústia à paciente, a qual sente medo de uma possível mutilação, medo da dor e até da morte. O desencadeamento dessa situação angustiante determina certas reações psíquicas, o que pode caracterizar algumas fases do momento específico do diagnóstico.

Algumas das entrevistadas deste estudo relataram:
- [...] Descobri que tinha um câncer em junho de 1997. Ao descobri-lo, fiquei em estado de choque, com muito medo, dúvida e angústia. O meu maior medo era ter que tirar a mama.
- [...] Posso dizer que o meu mundo caiu, naquela hora, eu só pensava nos meus filhos. Não ouvia mais nada. ...A preparação do meu filho, a doença, tudo foi horrível.
- [...] Claro que meu mundo caiu naquele momento, o meu e de meu marido ...Foi tudo muito sofrido...Levei um tremendo choque...Chorei a noite toda, imaginando as conseqüências da doença na minha vida, na de todos os que me rodeiam... a possibilidade da mastectomia. Desabei. Tentei muito me controlar, mas foi difícil. Era um misto de desespero, indignidade, medo. Achava que aquilo não estava acontecendo. Logo EU, que sempre me examinei ...que sempre fui o porto seguro de tanta gente...

Mesmo que cada uma reaja de maneira diferente, a reação negativa estará sempre presente. Em geral, ao receber o diagnóstico de um câncer de mama, a mulher, a princípio, experimenta um choque, marcado por medo, desespero, choro e depressão.

A ansiedade, afirma Halbe (1993), apesar de ser uma reação psicológica esperada, não pode ser excessiva, pois, assim, pode evoluir para o pânico, causando perda de controle, confusão e desespero.

A depressão é outra reação que Halbe (1993) e outros autores citados anteriormente diz ser comum em pacientes com câncer de mama. É a situação mais difícil, em que a paciente volta sua hostilidade e sua angústia contra si mesma, não encontrando alternativas para retornar ao seu estado de equilíbrio psicológico. Essa reação é marcada por desesperança e isolamento.

Em geral, nesses casos, a reação imediata do ambiente (familiares e equipe) é de proteção, muitas vezes aumentando a situação de depressão e isolamento da paciente, na medida em que ela passa a não ter com quem partilhar seus medos e angústias.

4.1.1. A Sexualidade feminina ameaçada pela mastectomia

Os aspectos mais profundo e sério, não somente em relação às enfermidades da mama em si, mas também psicológicos da patologia mamária exigem um conhecimento como pessoa e principalmente estando afetada por uma patologia que atinge uma parcela importante da sua estrutura corporal (PINOTTI, 1991).

É importante que se considere, alguns aspectos da feminidade que podem ajudar na compreensão do significado humano e transcendente do ser de condição feminina que sofre, ou que pode sofrer, uma alteração patológica de um órgão, que por sua própria característica, tem um significado especial.

Buls & Colaboradores, em 1976 (apud Pinotti, 1991), recolheram informações de 100 pacientes mastectomizadas. Nessa pesquisa, observaram que a ansiedade, relacionada ao prejuízo estético, era mais freqüente nas pacientes com menos de um ano operadas. Outra preocupação deles foi a de relacionar a operação com a alteração de hábitos de vida das pacientes, notando, por exemplo, mudança nos hábitos sexuais.

A revolta pela perda do seio é um sentimento muito presente na paciente mastectomizada. Ela tem uma sensação de injustiça e deslealdade, associada à desilusão. Sente-se envergonhada, mutilada, deformada e é sexualmente repulsiva. É como se ela não mais reconhecesse o próprio corpo.

Ela sente sua feminilidade ameaçada, o que é fonte de dor e sofrimento. Esse processo pelo qual ela passa requer grande apoio familiar e assistência psicoterapêutica, para acalmar a situação e evitar complicações psicológicas indesejáveis.

Segundo PinottiI (1991), na mastectomia, a castração existe em sua realidade corporal. Dessa maneira, a corporalidade sofre um dano irreparável, havendo uma perda da feminilidade e uma desesperança de sexualidade, a qual transcende o conceito de feminino ou masculino. As idéias de morte e aniquilação levam o ego ao sentimento de fracasso e podem aparecer condutas de negação maníaca, com forte agressividade ao meio ambiente. O médico pode ser considerado como um ser onipotente, de quem depende exclusivamente a vida ou a morte, sendo amado, odiado e temido ao mesmo tempo.

A maioria das mulheres mastectomizadas sente alguma vergonha relacionada à sua cirurgia. A nova aparência física, muitas vezes, motiva a vontade de se esconder. Elas não querem mostrar a cicatriz nem falar dela. Às vezes, nem conseguem tirar a camisola frente ao marido.

Porém, essas mulheres precisam perceber que não é só o corpo o que as deixam sensuais. Existem outras qualidades que o parceiro acha atraentes, como: senso de humor, intelecto, doçura, dedicação sincera; enfim, cada um sabe o que o faz especial. Com certeza essas qualidades não foram perdidas com o seio. A recuperação da mulher mastectomizada está intimamente ligada a esse sentimento.

Pinotti (1991) mencionou que pacientes analisadas citavam uma ereção do mamilo, que lhes produzia uma grande excitação sexual, a qual só acalmava com o coito ou com a alimentação do filho. E que isso lhes dava a sensação de uma espécie muito particular de ‘orgasmo’. “Essas pessoas em terapia analítica, falavam do seu relacionamento com o filho lactente, como tendo um conteúdo erótico, sentindo a penetração do mamilo na boca do filho”.

Uma doença maligna na mama pode interferir na eficácia adaptativa, comprometendo os vários setores adaptativos (Orgânico, Afetivo-Relacional, Produtividade e Socio-Cultural) da vida de uma mulher, acarretando, para a maioria, um período de crise, pois a mama simboliza a feminilidade dela, além de acumular as funções estéticas, eróticas e de amamentação. A isso, acrescenta-se a ameaça de perda da vida (GANDINI, 1995, P.3).

4.2. Estresse e Depressão

As investigações contemporâneas apontam que o estresse é um fator contribuinte ou desencadeador da depressão, e que, tanto o estresse como a depressão, podem ser manifestados através de doenças, tais como o câncer.

A respeito do estresse pode-se dizer que:
As primeiras referências à palavra estresse, significando aflição e adversidade, datam do século XIV (Lazarus e Lazarus 1994), mas seu uso era esporádico e não-sistemático. No século XVII, o vocábulo, que tem origem no latim, passou a ser utilizado em inglês para designar “opressão, desconforto e adversidade” (Spielberger 1979) [LIPP, 1996, p.17].

Para Lipp (1996), o termo “stress” foi usado inicialmente na física para traduzir o grau de deformidade sofrido por um material quando submetido a um esforço ou tensão. Selye (1936) transpôs esse termo para a medicina e biologia, significando esforço de adaptação do organismo para enfrentar situações que considere ameaçadoras a sua vida e a seu equilíbrio interno.

Lipp (1996) define “estresse” como um conjunto de reações orgânicas e psíquicas de adaptação que o organismo emite quando é exposto a qualquer estímulo que o excite, irrite, amedronte ou o faça muito feliz.

É importante conceituar o estresse como sendo um “processo” e não “uma reação única”, porque, no momento em que a pessoa é sujeita a uma fonte de estresse, instala-se um longo processo bioquímico, cujo início manifesta-se de modo bastante semelhante, com o aparecimento de taquicardia, sudorese excessiva, tensão muscular, boca seca e a sensação de estar alerta (LIPP, 1996).

Apesar de estarmos acostumados em nosso dia-a-dia a associar a palavra estresse somente a situações que tenham conotações negativas, consideramos importante realçar que também são entendidas como estresse reações relacionadas a situações prazerosas e com retorno agradável para o indivíduo (PINHEIRO, 2001). Isto é, nem sempre o agente disparador de um processo de estresse é um acontecimento ruim.

Crescimentos como progredir, expandir na vida, aumentar os conhecimentos ou habilidades, amadurecer pessoal e profissionalmente, tudo isso pode gerar estresse, de acordo com Weiss (1936).

Em suma, estresse não é uma doença. É apenas a preparação do organismo para lidar com as situações que se apresentam, sendo então uma resposta do mesmo a um determinado estímulo, a qual varia de pessoa para pessoa (PINHEIRO,2001).

Diferentes autores, como BLOOMFIELD (1975); LIPP (1996); SIMONTON’S & GREIGHTON (1987) e WEISS (1936/1991), têm pesquisado as causas que podem desencadear reações de estresse, e muitas pesquisas têm demonstrado também que a inabilidade de um indivíduo em lidar com esse estresse pode levá-lo a um esgotamento, isto é, um estado de fadiga ou frustração causado pela dedicação excessiva e prolongada a uma causa.

A Organização Mundial de Saúde afirma que o estresse é uma "epidemia global" (PINHEIRO, 2001). Vivemos um tempo de enormes exigências de atualização. Somos constantemente chamados a lidar com novas informações. O ser humano cada vez mais se vê diante de inúmeras situações às quais precisa adaptar-se.

Simonton (1987) ressalta que apesar de muitas pessoas passarem por períodos de estresse durante a vida, não se trata somente do estresse, mas da maneira como se reage a ele, que faz a diferença quanto à suscetibilidade à doença.

Estilo de vida, experiências passadas, atitudes, crenças, valores, doenças e predisposição genética são fatores importantes no desenvolvimento do processo de estresse. O risco de um estímulo estressor gerar uma doença é aumentado se estiver associado à exaustão física ou fatores orgânicos (PINHEIRO, 2001).

Na área emocional, Lipp (1996) diz que o estresse pode produzir desde apatia, depressão, desânimo e hipersensibilidade emotiva, até ira, irritabilidade e ansiedade, além de ter o potencial de desencadear surtos psicóticos e crises neuróticas.

Halbe (1993) confirma que já foi observado aumento na intensidade do crescimento canceroso em animais de laboratório mantidos sob situações estressantes.

Dentre as doenças psicofisiológicas, as que têm o estresse como um fator contribuinte ou desencadeador podem ser: hipertensão arterial essencial, úlceras gastroduodenais, câncer, retração de gengivas, depressão, pânicos e surtos psicóticos. Necessário se torna entender, no entanto, que ao estresse não pode ser atribuído o papel de causa dessas patologias, mas sim uma ação desencadeadora ou agravante da problemática (LIPP, 1936).

Com relação à depressão pode-se dizer que é uma doença "do corpo como um todo". Que compromete corpo, humor e pensamento. Ela afeta a forma como a pessoa se alimenta e dorme, como se sente em relação a si próprio e como pensa sobre as coisas. Uma doença depressiva não é uma ‘fossa’ ou um ‘baixo astral’ passageiro. Também não é sinal de fraqueza ou uma condição que possa ser superada apenas pela vontade ou com esforço (MORAIS, 1998).

É um dos distúrbios mentais mais freqüentes nos dias de hoje. De 4 a 24% da população vive em depressão, sendo que as mulheres de 35 e 45 anos (voltando a aumentar aos 55 anos) apresentam-na duas vezes mais do que os homens (PINHEIRO, 2001).

A maior parte das pessoas pensa em tristeza quando se fala em depressão. Mas também há outros efeitos físicos, mentais e emocionais além da tristeza que caracterizam a depressão. Muitos deprimidos sentem-se desamparados, como se essa tristeza, essa situação, fosse durar para sempre. Sentem-se sem energia e sem interesse pela vida. É difícil se imaginar sentindo novamente alegrias ou emoções, mesmo que quase todos os deprimidos apresentem melhoras.

Alguns deprimidos podem sofrer de ansiedade. Outros se isolam e ficam menos sociáveis, podendo ficar mal-humorados e difíceis de agradar. Assim, o mundo da depressão é um mundo solitário. As alterações no cérebro que afetam as emoções podem também afetar a capacidade mental. Isso quer dizer que fica fácil ter pensamentos negativos, e pode ser difícil concentrar-se ou tomar decisões quando se está deprimido (PINHEIRO, 2001).

Problemas físicos também podem ocorrer em pessoas deprimidas. Algumas têm dificuldade em dormir ou acordam muito durante a noite. Outras querem dormir o tempo todo. A depressão também pode fazer com que alguém perca o apetite ou queira comer todo o tempo, podendo querer comer muitos doces. Alguns perdem o interesse pelo sexo. Outros têm dores de estômago, constipação, dor de cabeça, suores, taquicardia ou outro sintoma físico. Num estágio mais avançado, podem aparecer também idéias de morte ou suicídio, podendo até haver tentativa de suicídio (MORAIS, 1998).

Os efeitos da depressão no aparecimento do câncer também têm grande importância. São muito freqüentes os casos em que ansiedade profunda, esperança desfeita e/ou desapontamentos são seguidos rapidamente pelo desenvolvimento do câncer.

Segundo informações da Organização Mundial de Saúde, em nosso cérebro existem mensageiros químicos chamados neurotransmissores. Esses mensageiros ajudam a controlar as emoções. Os dois mensageiros principais são a serotonina e a norepinefrina. Os níveis deles aumentam ou diminuem, mudando nossas emoções. Quando os neurotransmissores encontram-se em equilíbrio, sentimos a emoção certa para cada ocasião. Quando alguém está deprimido, os mensageiros químicos não estão em equilíbrio. Isso significa que alguém pode se sentir triste quando deveria estar alegre (MORAIS, 1998).

As pessoas com doença depressiva - estima-se que 17% das pessoas adultas sofram de uma doença depressiva em algum período da vida (MORAIS,1998) - não podem simplesmente recompor-se e melhorar por conta própria. Sem tratamento, os sintomas podem durar semanas, meses ou anos. O tratamento adequado, entretanto, pode ajudar a maioria das pessoas que sofrem de depressão.

Existe uma ligação evidente entre o estresse e o câncer de mama. O estresse pode desencadear a depressão, o que predispõe as pessoas a doenças, entre elas, o câncer.
O assunto não é novo.
Observações importantíssimas foram efetuadas por GUY (1759); PAGET (1870) e o clássico trabalho de SNOW (1983), onde se destaca a depressão e diversos incidentes ‘stressantes’ da vida de uma pessoa como devendo ser considerados parte da etiologia do câncer [LESHAN & WORTHINGTON (1956); GREER (1976); LABRUM (1976)] (PINOTTI, 1991, p.140).

Os estudos de: BLOOMFIELD (1975); FREUD (1975); GANDINI (1995); HALBE, (1993); LIPP (1996); LOWEN (1982); PINOTTI (1991); SIMONTON’S & GREIGHTON (1987); SIMONTON’S & HAMPTON (1994); STEFFLRE (1916/1969) & GRANT (1976) e WEISS (1936/1991), apontaram com clareza essa relação entre o “estresse - depressão” e o câncer de mama.

As pesquisas de: HALBE (1993); PINOTTI (1991); SIMONTON’S & GREIGHTON (1987); SIMONTON’S & HAMPTON (1994) já demonstraram que é possível prever doenças que uma pessoa poderá vir a ter, baseando-se no número de situações estressantes na vida dela, meses antes do aparecimento da doença.

Estudos comparativos de reações emocionais entre pacientes com câncer de mama, e grupos de controle, indicaram forte associação de depressão com a doença: DATTORE et al (1980), LANOUZIÈRE (1981), MAGUIRE et. Al. (1985), SRIVASTAVA et al. (1987), MORRIS & ROYLE (1988), BRUERA et al.(1989) e ROBERTS et al. (1990) (GANDINI, 1995, P.3).

Greighton (1987) e os Simonton’s (1987), partiam da premissa de que uma doença não é simplesmente um fato físico, mas um problema que diz respeito à pessoa como um todo, incluindo não apenas o corpo, mas também as emoções e a mente. Acreditavam também que o câncer surge como uma indicação de problemas existentes em outras áreas da vida da pessoa, agravados ou compostos por uma série de estresses que surgem de 6 a 18 meses antes do aparecimento da doença. O paciente canceroso, de maneira típica, reagiu a esses problemas e estresses com um sentimento de profunda falta de esperança e de desistência. Essa reação emocional, eles acreditavam, por sua vez, dispara um conjunto de reações fisiológicas que suprimem as defesas naturais do corpo, tornando-o suscetível à produção de células anormais.

Eles mostraram, então, como a reação negativa de alguém ao estresse e a outros fatores emocionais pode contribuir para o início e a progressão de um câncer, e como expectativas positivas, a consciência e o cuidado consigo mesmo podem contribuir para o controle e até a cura da doença. No Brasil, em São Paulo-SP, esse método é aplicado pelo CORA – Centro Oncológico de Recuperação e Apoio, baseando nos trabalhos do Dr. Carl Simonton.

Segundo Simonton’s (1987), Hans Selye, da Universidade de Praga, foi o responsável, já na década de 20, por grande parte dos estudos que demonstraram que as emoções podem causar doenças. Estudos mais recentes, envolvendo tanto pessoas quanto animais de laboratório, começaram também a revelar o processo fisiológico através do qual as respostas emocionais ao estresse podem criar suscetibilidade à doença.

Essas descobertas são primordiais para o paciente canceroso, porque sugerem que os efeitos do estresse emocional podem suprimir o sistema imunológico, abalando as defesas naturais contra o câncer e outras enfermidades.

A avaliação psicológica de pacientes cancerosos denota, com freqüência significativa, a ocorrência de situações muito traumáticas e estressantes antes do desenvolvimento da doença. Assim, embora não se possa falar de uma relação direta entre fatores de estresse e câncer, também não se pode negar a contribuição desses fatores, em interação com o modo de enfrentamento da pessoa, no desenvolvimento e evolução da doença.

De acordo com Halbe (1993), citações relacionando o câncer com os estados emocionais têm mais de 2000 anos. Galeno (a.c.), estudando mulheres com câncer, dizia que as pacientes deprimidas tinham mais tendência ao câncer do que aquelas que se mostravam animadas e bem dispostas.

Bageley (1979) demonstrou a importância do “stress” social intenso, ocorrido pelo menos quinze anos antes do aparecimento da doença. Os sujeitos de sua amostra apresentavam expressão emocional muito prejudicada: abafamento de emoções e controle da raiva, o que caracterizava um manejo inadequado dos eventos sociais estressantes (GANDINI, 1995, p.3).

No caso do estresse em geral, o indivíduo pode, às vezes, beneficiar-se da tensão negativa provocada pelas relações interpessoais. A criatividade, a inovação, a solução de problemas, tudo isso pode ser benefício das tensões entre as pessoas, basta que elas lidem com as suas discordâncias de maneira construtiva. É ideal que se desenvolvam planos de ação para conseguir o controle sobre as condições causadoras do estresse. Para qualquer coisa que perturbe – o ambiente físico, suas relações interpessoais ou sua própria situação de vida –, é necessário tomar medida corretiva. O pior curso de ação acontece quando o estresse aparece e não se faz nada (WEISS, 1936/1991).

5. VISUALIZAÇÃO DA CURA – A Vontade de Viver

5.1. A Ligação Corpo-Mente

O primeiro passo para a cura é compreender como as crenças e reações emocionais podem contribuir com a doença. Então, deve-se encontrar maneiras de influenciar essas reações para ajudar o tratamento. Para uma boa recuperação, deve-se ajudar os pacientes cancerosos a fortalecer as suas convicções de que o tratamento é eficiente e de que as defesas do seu corpo são poderosas.

Em seguida, poderão aprender a lidar de maneira mais eficiente com o estresse na vida cotidiana. É muito importante que haja uma mudança, seja na percepção que os pacientes têm de si mesmos – para que passem a acreditar que podem resolver os problemas que surjam, antes do aparecimento da doença –, seja na percepção desses problemas – para que passem a acreditar que podem lidar com eles de uma maneira mais efetiva (SIMONTON’S, 1987).

Cada um tem participação em sua saúde ou doença, a todo o momento.
A maioria dos pacientes que chega até nós, de todos os pontos do país, recebeu um diagnóstico de ”incurável”, por parte de seu médico. Segundo estatísticas nacionais sobre o câncer, esses pacientes têm uma expectativa de vida de um ano. Por acreditarem que a única ajuda que podem receber é a médica – e quando os seus médicos declaram que a medicina não pode mais ajudá-los e que, provavelmente, lhes restam apenas alguns meses de vida – eles se sentem traídos, desesperançosos e, portanto, vão ao encontro das expectativas médicas. Porém, nos casos em que os pacientes mobilizam seus próprios recursos e participam ativamente de sua própria recuperação, podem vir a ultrapassar a expectativa de sobrevida que lhes foi indicada e alterar de maneira significativa sua qualidade de vida (SIMONTON’s e GREIGHTON, 1987, p. 16).

Segundo Simonton’s (1987), observam-se quatro etapas psicológicas durante o redirecionamento de volta à saúde:
1. Com o diagnóstico de uma doença mortal, a pessoa adquire uma nova perspectiva em relação aos seus problemas;
2. Ela toma a decisão de mudar o seu comportamento e ser uma pessoa diferente;
3. Os processos físicos do corpo reagem aos sentimentos de esperança e há um renovado desejo de viver, criando-se um ciclo reforçado a partir do novo estado mental;
4. O paciente curado está “melhor do que antes”.

5.2. Tratando a Depressão

Hoje em dia há muitas formas de tratar a depressão. Isso quer dizer que nenhum deprimido precisa sofrer sem necessidade. Atendimento médico e psicológico, medicação antidepressiva, aconselhamento e apoio da família e amigos são meios eficazes no tratamento da depressão (MORAIS, 1998).

Os distúrbios depressivos fazem o indivíduo se sentir exausto, desvalorizado, desamparado e sem esperança. Esses sentimentos negativos fazem com que alguns queiram desistir de tudo. É importante compreender, porém, que a visão negativa faz parte da depressão. Essa visão desaparece quando o tratamento começa a surtir efeito (MORAIS, 1998). Nesse meio-tempo ela recomenda algumas atitudes:
 Não se impor metas difíceis e nem assumir demasiadas responsabilidades;
 Dividir as grandes tarefas em tarefas menores; estabelecer algumas prioridades e fazer apenas o que puder e do modo que puder;
 Não esperar muito de si mesmo; isso só aumentaria a sensação de fracasso;
 Procurar ficar com outras pessoas; geralmente é melhor do que ficar sozinho;
 Participar de atividades que possam fazer com que se sinta melhor;
 Deve-se tentar praticar exercícios leves, ir ao cinema, a jogos ou participar de atividades sociais ou religiosas;
 Não tomar grandes decisões, tais como mudar de emprego, casar-se ou divorciar-se sem consultar pessoas que o conheçam bem e que possam ter uma visão mais objetiva da situação. Resumindo, é aconselhável adiar decisões importantes até que a depressão tenha desaparecido.
 Não esperar que a depressão passe de um momento para o outro, pois isso raramente ocorre. Ajudar-se o quanto puder e não se culpar por não estar "cem por cento".
 Lembrar-se: não aceitar pensamentos negativos. Eles são parte da depressão e desaparecerão à medida que sua depressão responder ao tratamento (MORAIS, 1998).

Algumas entrevistadas deste estudo relataram:
[...] Já estou curada. Procuro não remoer o passado. Não lembro mais da doença. E, se algum dia ela voltar, lutarei de novo com a mesma garra e com mais esperança ainda. Nós não podemos é nos entregar. Temos que lutar sempre, com fé e pensamentos positivos. Temos que procurar pessoas que dêem exemplos bons... A fé e a esperança são fundamentais. Vale a pena lutar, não perdendo a fé e tendo pensamentos positivos.
[...] E eu digo a todas vocês que lutem contra o câncer, porque ele nada mais é do que uma célula revoltada que quer ter vida própria... Pelo menos no meu corpo não admito invasores... Convoquem os glóbulos brancos do seu organismo e tiro nelas (células cancerígenas).
[...] Hoje, vivo em casa uma vida confortável... Faço tratamento psicológico... Hoje posso dizer que estou curada e com muita fé. O importante é que estou VIVA, e com muita vontade de viver, para o mundo e para mim mesma. Sempre ficava para trás em meus planos e perante o mundo. Agora, graças a Deus, tudo mudou...
[...] Não me deixei, em qualquer hipótese, perder a esperança. ...acho que toda a nossa recuperação está em grande parte nas nossas mãos; temos de ter um espírito super positivo e não esmorecer nunca, nunca, para não degradarmos ainda mais a nossa qualidade de vida!.

Expectativas positivas, consciência e cuidado consigo mesma podem contribuir para o controle e até a cura da doença.
Em suma, em muitos casos a atuação interdisciplinar Psicológico-médico mostra-se a mais adequada (PINHEIRO, 2001).

5.3. Técnicas de Relaxamento e Visualização de Cura

Além de eliminar a tensao física, muitos pacientes descobrem que as suas perspectivas psicológicas mudam quando conseguem relaxar, permitindo que lidem de maneira mais eficiente com as suas vidas e com sua doença.

O processo de visualização não somente cria mudanças positivas de expectativa como também funciona como instrumento de autodescoberta em outras áreas da vida do paciente. Aqui, apresentam-se instruções detalhadas para o processo de visualização e relaxamento, para ensinar a visualizar a cura do câncer e de outras doenças.

Carl usou pela primeira vez a técnica de visualização em 1971, com um paciente cujo câncer fora considerado incurável pelos médicos. O paciente praticou-a três vezes ao dia, visualizando o seu câncer, o seu tratamento funcionando e destruindo-o, os glóbulos brancos atacando as células cancerosas e expulsando-as do seu corpo e, finalmente, imaginou-se recuperando a saúde. Os resultados foram espetaculares: o paciente “desenganado” venceu a doença e está vivo e saudável até hoje. A partir daí, descobrimos que a visualização pode ser não apenas um instrumento de motivação eficiente para a recuperação da saúde, como também um instrumento importante para a autodescoberta e para criar mudanças importantes em outras áreas da vida da pessoa (SIMONTON’s e GREIGHTON, 1987, pp. 124).

Uma mulher que tinha uma batida do coração irregular, perigosa para a sua saúde, criou uma imagem no seu olho mental de uma garotinha em um balanço. Ela imaginava a menininha se balançando para frente e para trás sempre que precisava controlar as suas batidas cardíacas. Dentro de pouco tempo não precisou mais tomar os remédios para o coração e não teve mais problemas nesse sentido. O seu sucesso e as experiências com milhares de outras pessoas com o uso da visualização para controlar os estados corporais fizeram-nos pensar que este método – usado em conjunto com o tratamento médico habitual – poderia ser uma forma pela qual os pacientes cancerosos podiam influenciar o sistema imunológico para que este se tornasse mais eficiente na luta contra a doença (SIMONTON’s e GREIGHTON, 1987).

Lembrando que o exercício recomenda que se levem 10 a 15 minutos para completar o processo e que se pratiquem três vezes ao dia.
1. Vá para um cômodo tranqüilo, com luz suave. Feche a porta e sente-se numa poltrona confortável, deixando os pés no chão, e feche os olhos.
2. Tome consciência da sua respiração.
3. Inspire rapidamente algumas vezes e ao expirar diga mentalmente “relaxe”.
4. Concentre-se no seu rosto e sinta as tensões dos olhos e da face. Crie uma imagem mental desta tensão – pode ser um nó apertado de uma corda ou um punho fechado – e mentalmente imagine que está relaxando e ficando confortável, como um pedaço de elástico.
5. Sinta o seu rosto e olhos ficando relaxados se espalhando pelo seu corpo.
6. Enrijeça os seus olhos, ficando relaxados. E, enquanto relaxa, sinta a onda de relaxamento se espalhando pelo seu corpo.
7. Faça o mesmo com as outras partes do corpo. Passe lentamente por todas as partes: queixo, pescoço, ombros, costas, braços e antebraços, mãos, tórax, abdômen, coxas, barriga da perna, tornozelos, pés e dedos até que cada parte do seu corpo esteja relaxada. Ao passar por cada uma, imagine mentalmente a tensão, e depois a imagine dissolvendo-se; enrijeça a área e em seguida relaxe-a.
8. Agora, imagine-se em um ambiente agradável, natural, onde for mais confortável para você. Mentalmente imagine detalhes de cores, sons e textura.
9. Continue a se imaginar estando bastante relaxado neste local durante dois ou três minutos.
10. Em seguida, imagine o câncer, seja em termos reais ou simbólicos. Pense no câncer como composto de células fracas e confusas. Lembre-se de que o nosso corpo destrói células cancerosas, milhares de vezes durante a vida. Enquanto imagina o câncer, é necessário que se dê conta de que a sua recuperação exige que as defesas naturais do seu corpo voltem a um estado natural e saudável.
11. Se você estiver seguindo um tratamento, imagine o tratamento entrando no seu corpo de uma forma que você o compreenda. Se estiver seguindo um tratamento por irradiação, imagine-o como sendo um feixe de milhões de projéteis de energia atacando as células que se encontram no caminho. As células normais podem consertar qualquer dano que lhe seja feito, mas não as cancerosas, pois estão fracas. (Este é um dos fatos básicos sobre os quais se baseia a radioterapia). Se estiver fazendo quimioterapia, imagine o medicamento entrando pelo corpo e indo para a corrente sangüínea. Imagine o medicamento agindo como um veneno. As células normais são inteligentes e fortes e não ingerem o veneno. Mas as células cancerosas são muito fracas e é preciso muito pouco para matá-las. Elas absorvem o veneno e são expulsas do corpo.
12. Imagine os seus glóbulos brancos entrando no local onde se encontra o câncer, reconhecendo as células anormais e detruindo-as. Há um imenso exército de glóbulos brancos. São muito fortes e agressivos. E, também, muito espertos. Não existe dúvida: eles vencerão a batalha.
13. Imagine o câncer murchando. Veja as células mortas sendo levadas pelos glóbulos brancos e expulsas do corpo através de fígado e rins e eliminadas por urina e fezes.
14. Esta é a sua expectativa do que quer que aconteça.
15. Continue a visualizar o câncer diminuindo, até que tenha desaparecido completamente.
16. Veja-se a si mesmo com mais energia e com melhor apetite, sendo capaz de se sentir confortável e amado por sua família, enquanto o câncer diminui até desaparecer por completo.
17. Se estiver sentindo dor em qualquer parte do corpo, imagine o exército dos glóbulos brancos indo para o local e eliminando a dor. Qualquer que seja o problema, dê ao seu corpo a ordem de se curar. Visualize o seu corpo recuperando a saúde.
18. Imagine-se bem, livre de doenças, cheio de energia.
19. Veja-se atingindo os seus objetivos. Veja o seu propósito de vida sendo completado, os membros da sua família indo bem, o seu relacionamento com as pessoas que o rodeiam tornando-se mais rico. Lembre-se de que ter fortes razões para ir bem o ajudarão a estar bem; use este tempo para focalizar de maneira clara as suas prioridades.
20. Agradeça a si mesmo por estar participando da sua própria recuperação. Veja-se fazendo este exercício três vezes ao dia acordada e alerta ao fazê-lo.
21. Depois deixe os músculos dos seus olhos levantarem-se, prepare-se para abrir os olhos e restabeleça contato com o local onde se encontra.
22. Mantenha os olhos abertos e prepare-se para voltar às atividades normais.
23. Deixe os músculos das pálpebras levantarem-se aos poucos, prontos para abrir os olhos e olhe ao redor da sala.
24. Agora, abra completamente os olhos e retome as suas atividades normais.

Esse processo pode ser usado para diminuir a tensão e o estresse e tem um efeito importante nas funções subjacentes do corpo. Pode fazer o medo diminuir, pode fazer a pessoa mudar de atitude e fortalecer sua “vontade de viver” e fortalece o sistema imunológico, alterando o crescimento da doença.

O processo pode ser um instrumento de comunicação com o inconsciente, onde pelo menos grande parte das nossas crenças está armazenada. O subconsciente é cheio de recursos que podem ser mobilizados para o crescimento pessoal e para a saúde. O processo pode ser utilizado também para confrontar e alterar a atitude de desespero e falta de esperança. Aprender a usar a mente para produzir o relaxamento físico pode fortalecer a convicção de que podemos usar a mente para ajudar o corpo.

O Dr. Herbert Benson da Universidade de Harvard, apud SIMONTON’s e GREIGHTON, 1987, documentou os benefícios físicos positivos de várias dessas técnicas de redução do estresse no seu livro The Relaxation Response. Apesar de nem todas as reações fisiológicas do corpo a essas técnicas de relaxamento serem compreendidas de maneira global, estudos já demonstraram que as técnicas descarregam os efeitos do estresse a um nível bem mais profundo do que as atividades convencionalmente chamadas de relaxantes.

O relaxamento e a visualização são instrumentos dos mais valiosos para ajudar os pacientes a aprenderem a acreditar na sua própria capacidade de curar o câncer. As pessoas, às vezes, sentem dificuldades em criar imagens mentais ou manter a sua mente concentrada das primeiras vezes que tentam o processo. Não há por que se sentir desencorajado. É muito natural isso acontecer, e criticar-se só fará a tensão aumentar.


6. MÉTODOS

6.1. Sujeitos
Foram sujeitos deste estudo, 5 mulheres que tiveram câncer de mama, na faixa etária de 38 a 51 anos. Sendo elas: Nilva* (51) e Ana Lúcia* (45), residente em Uberlândia – MG; Maria Madalena* (42), residente em São Paulo-SP; Sônia *(48), residente no Paraná- PA; Fátima* (38), residente em Goiânia- GO.

* Os nomes referidos dos sujeitos são fictícios para resguardar os participantes da pesquisa.

6.2. Material
A pesquisa teórica do tema privilegiou os estudos sobre o câncer de mama, o estresse e a depressão.
A pesquisa de campo foi realizada através de gravador e diário de campo, por meio de entrevista semi-dirigida com uma pergunta inicial: “Como você se curou do câncer de mama?”. Duas mulheres escreveram seus relatos e os depoimentos de três mulheres foram gravados e transcritos pela Autora.

6.3. Procedimento de Coleta de Dados
Foi realizado um contato inicial com os sujeitos e posteriormente foi realizada uma entrevista semi-dirigida com cada uma das mulheres participantes do estudo. Foi solicitado a elas que relatassem como se curaram do câncer de mama.

6.4. Procedimento de Análise de Dados

Foram feitas comparações dos relatos dessas mulheres, analisando-se o conteúdo das entrevistas, colocando-o em relação com diversos elementos do contexto histórico bibliográfico. Esse conteúdo foi interpretado à luz das concepções teóricas e dos estudos já realizados com outras pacientes com câncer de mama, procurando-se aqui inferir como reagir contra a doença.


RESULTADOS E DISCUSSÕES

Através de depoimentos dos sujeitos e da pesquisa bibliográfica, percebemos que os níveis elevados de estresse emocional resultam na supressão do sistema imunológico do corpo, o qual fica mais susceptível a doenças, entre elas o câncer de mama; o estresse também leva a um desequilíbrio emocional, o qual pode vir a aumentar a produção de células anormais, nesse momento em que o corpo encontra-se menos capacitado a destruí-las; além disso, o estresse conduz a um estado de depressão, o qual pode vir a agravar a doença.

Os resultados foram confirmados a partir dos dados da literatura, ficando claro que a desistência da vida tem uma função importante na interferência com o sistema imunológico e pode, através de mudanças do equilíbrio emocional, levar a um aumento da produção de células anormais (LOWEN, 1982; PINOTTI, 1991). Do ponto de vista físico, cria-se um clima que é ideal para o desenvolvimento do câncer.

As pacientes investigadas relataram, freqüentemente, experiências de perda num período anterior ao surgimento do tumor, cujo significado seria de vivência de depressão ou mesmo estresse antes da doença. Muitas também lembram ter experimentado sentimento de desespero alguns meses antes do aparecimento da doença. Não que isso tenha causado o câncer, mas pode ter influenciado o desenvolvimento dele.

A probabilidade de uma relação causal entre o estado de estresse e os problemas de saúde é uma idéia relativamente recente (LIPP, 1996). Contudo, são significativos os estudos derivados desse tópico, realizados nas ultimas décadas. É importante assinalar que as pesquisas mais importantes mostram uma freqüência significativamente maior de sérias situações estressantes sofridas por pacientes antes de sua hospitalização do que por pessoas do grupo de controle extraído da população geral (PINOTTI, 1991).

Notou-se que a vida familiar da maioria das mulheres descritas na literatura e também dos sujeitos aqui entrevistados é conflituosa antes do diagnóstico de câncer de mama, com problemas financeiros ou conflitos intra e interpessoais. Alimentavam uma preocupação excessiva, por qualquer coisa, sem priorizar e selecionar, de forma organizada, a busca de possíveis soluções. Algumas reconhecem a somatização de uma vivência conturbada, isto é, que se defendiam mal diante das frustrações.

Algumas das entrevistadas deste estudo relataram:
- [...] Dos 28 aos 34 anos, tive muita depressão, por problemas particulares. Na época, fiz terapia com psicóloga, que foi muito bom;
- [...] A correria, o estresse, não deixarei mais que afetem a minha vida. Antes só vivia agitada e nervosa com coisas mínimas. Agora, quero para mim e minha família Qualidade de Vida;
- [...] Em casa, no convívio social, tentei não me deixar abater, levar uma vida normal, fazer tudo, como sempre. Antes vivia estressada com tudo. Agora procuro evitar o estresse, preenchendo meu tempo com muitas atividades. Sempre procurei não pensar na doença...Hoje estou curada...Muito pensamento positivo.

Pelas entrevistas, verificou-se que as pacientes reagiram contra a doença e, hoje, vivem normalmente, apenas controlando suas emoções. Os cinco estudos de casos, como exemplificação do trabalho, enfocaram as modificações no sistema de crenças e o desenvolvimento da habilidade de enfrentamento das mulheres apresentadas.

Analisando teoricamente o conteúdo das entrevistas e pesquisas sobre o assunto, enxergou-se que cada um participa para a promoção de sua própria saúde, seja através de suas convicções, de seus sentimentos ou de suas atitudes com relação a sua vida.

Os resultados da análise teórica do conteúdo das entrevistas e da pesquisa sobre o assunto, permitem inferir que o estado de estresse e da depressão, tanto na sua forma aguda como na crônica, intensifica a vulnerabilidade do indivíduo aos problemas de saúde. Além de destacar as fontes de estresse mais significativas, assim como os problemas de saúde atribuídos às situações estressantes percebidas.


CONCLUSÃO

Ficou claro que as reações negativas à doença como o medo, o pânico, o estresse ou a depressão, com certeza são os maiores inimigos, e devem estar distantes. É importante que a mulher com câncer de mama tenha confiança de que o organismo pode, de forma normal e natural, se defender contra o câncer de mama.

A pesquisa teórica e as entrevistas realizadas neste estudo mostram que vale a pena lutar, pois a doença não é o fim; ao contrário, ela é uma prova pela qual cada um passa com seus próprios meios, e dessa prova pode-se tirar experiências de vida nunca antes vividas.

Deve-se acreditar, então, que a doença é um desafio para que a pessoa possa modificar seus hábitos de vida e seu modo de ser, ao invés de percebê-la como uma ameaça impossível de ser superada. Embora este estudo seja limitado e necessite de investigações mais abrangentes para confirmação de tais resultados, pode-se concluir, que a crença positiva na cura pode mesmo influenciar o sistema imunológico da paciente com câncer de mama e contribuir com tratamento médico para a cura.


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ANEXOS: Transcrições das mulheres

RELATOS DE CINCO MULHERES QUE TIVERAM CÂNCER DE MAMA E SE RECUPERARAM DA DOENÇA

• Caso 1: Anilva, 51 anos, entrevistada em Abril de 2002, no Hospital de Clínicas – Oncologia – de Uberlândia (MG), e residente dessa cidade.

Como já tenho casos de câncer na família, desde os 14 anos de idade sempre fui muito atenta quanto a minha saúde.
Dos 28 aos 34 anos, tive muita depressão, por problemas particulares. Na época, fiz terapia com psicóloga, que foi muito bom. Sempre tive displasia mamária.
Descobri que tinha um câncer em junho de 1997. Ao descobri-lo, fiquei em estado de choque, com muito medo, dúvida e angústia. O meu maior medo era ter que tirar a mama. Mesmo meu marido sendo maravilhoso, ficava insegura. Já havia ficado tensa com o resultado da mamografia, que tinha dado calcificações. Batia muita insegurança, enquanto aguardava resultados.
Como a 20 anos atrás meu irmão teve câncer na língua e é uma pessoa que sempre tem pensamentos positivos, me espelhei nele. Pensei: Quem garante que eu vou morrer dessa doença?
Fiz a cirurgia e acompanhamentos em Uberaba e todos os tratamentos em Uberlândia. Durante a radioterapia ficava muito chocada. Procurava não conversar com muita gente. Meu tipo de proteção era afastar de pessoas negativas. Tenho um marido que é atencioso e sempre esteve do meu lado. Isso me ajudou bastante. Fomos participar de encontros de casais – ‘Pastorais das famílias’ – na Igreja Nossa Senhora da Aparecida e, na Igreja do meu bairro, encontro de ‘União das famílias’. Isso foi uma das coisas que me ajudou muito. Fiz natação, hidroginástica e muitas outras atividades, isto é, batalhei muito.
Já estou curada. Procuro não remoer o passado. Não lembro mais da doença. E, se algum dia ela voltar, lutarei denovo com a mesma garra e com mais esperança ainda. Nós não podemos é nos entregar. Temos que lutar sempre, com fé e pensamentos positivos. Temos que procurar pessoas que dêem exemplos bons. Trabalhar, ajudar, ver pessoas que estão piores do que a gente.
A fé e a esperança são fundamentais. Eu exercito a minha fé em Deus, sempre. Conheço casos de gente com tumor incurável, mas que tem fé, vivendo ainda por muito tempo. Vale a pena lutar, não perdendo a fé e tendo pensamentos positivos. Se não tiver apoio da família, busque os amigos. O que não se pode é entregar os pontos.


 Caso 2: Ana Lúcia, 45 anos, entrevistada em março de 2002, no Hospital de Clínicas – Oncologia – de Uberlândia (MG), e residente dessa cidade.

Anualmente, eu já vinha fazendo mamografias, devido a fibradenomas que apareciam nas minhas mamas. No final de fevereiro de 1996, fui à ginecologista fazer os exames normais, e ela apalpou um nódulo, aparentemente fibroadenoma. Mesmo assim, me encaminhou ao mastologista. Superficialmente, nada de anormal, peguei as requisições para a mamografia. Voltei em julho. O exame não definia exatamente que nódulo era aquele, mas não dava como maligno. Optei por retirar, não queria correr o risco de sofrer duas vezes. Correu tudo bem, exceto que, na hora de tirá-lo, estava meio enraizado, mas até aí, para mim estava tudo realmente bem. Qual não foi a minha surpresa, quando fui retirar o dreno dois dias depois, numa sexta feira, e recebi a notícia: tumor maligno, carcinoma... Posso dizer que o meu mundo caiu, naquela hora, eu só pensava nos meus filhos. Não ouvia mais nada. O meu médico, maravilhoso, me deu total apoio, e disse que tinha que fazer de novo uma cirurgia para limpeza do local, no máximo até quarta feira. Não tinha escolha. A preparação do meu filho, a doença, tudo foi horrível.
Fiz seis sessões de quimioterapia. Mas, depois de tudo isso, posso dizer que a minha vida mudou, e ainda vai mudar muito.
A correria, o estresse, não deixarei mais que afetem a minha vida. Antes só vivia agitada e nervosa com coisas mínimas. Agora, quero para mim e minha família QUALIDADE DE VIDA. O tumor foi retirado, a quimio e a radio são tratamentos preventivos e definitivos, caso alguma célula tenha ousado ficar no meu corpo.
A quimio é horrível, mas eu sou muito, muito pior do que ela, e com certeza, pois depois da 6ª quimioterapia, nunca mais nos encontramos. E eu digo a todas vocês que lutem contra o câncer, porque ele nada mais é do que uma célula revoltada que quer ter vida própria. Vocês deixariam que alguém invadisse e tomasse o lar, a casa de vocês sem reagir? Acho que não. Pelo menos na minha casa (no meu corpo) não admito invasores. Sou contra a violência, mas no caso do câncer, ele tem que ser combatido sim, com muita violência. Convoquem os glóbulos brancos do seu organismo e tiro nelas (células cancerígenas). ‘Ninguém pode me abater, quem vai me ferir? Cavalgo a tempestade, montada no vento, minha arma é o raio e o meu tiro é certeiro’. E Quanto a minha família, não existe igual neste mundo.


 Caso 3: Maria Madalena, 42 anos, entrevistada em fevereiro de 2002, no Hospital Pérola Bygton – Oncologia – de São Paulo (SP), e residente dessa cidade.

Em 1994, fiz uma visita de rotina à minha ginecologista, para os exames preventivos. Até aquele momento, nem mesmo um nódulo tinha aparecido. Por insistência do meu marido, pedi a ela que fizesse uma mamografia, apesar de ela não indicar uma naquela idade: eu tinha 34, às vésperas de 35 anos. Fiz o exame, e foram encontrados dois nódulos na mama direita, medindo 0,8 cm e 1,5 cm. Fui, então, encaminhada para a cirurgia, a fim de fazer uma biópsia, mas sempre acreditando não ser nada. Feita a análise dos nódulos, veio o diagnóstico: era mesmo câncer de mama.
Claro que meu mundo caiu naquele momento, o meu e de meu marido, que, apesar de ser médico, também não tinha conhecimento, até aquele momento, de como as coisas transcorreriam. Nossas conversas baseavam-se em como ele cuidaria de nossas duas filhas, na época com 8 e 2 anos, quando eu já não estivesse mais aqui. Foi tudo muito sofrido.
Fiz então uma consulta com um mastologista, imaginando que seria feita uma quadrantectomia, mas no mesmo momento ele afirmou que o caso era de mastectomia radical, pois a existência de dois nódulos indicava que provavelmente havia outros, o que se confirmou depois da mama retirada. Havia vários pontos com células cancerígenas e 4 gânglios comprometidos. Todos foram retirados. No ato da cirurgia, foi feita a reconstrução, com tecido e gordura do meu abdome, e o resultado foi muito bom. Fiquei uma semana no hospital, com drenos durante mais ou menos quinze dias, muitos e muitos curativos.
Terminada essa fase, partimos para o tratamento quimioterápico. Eu não conseguia me conformar com aquilo, tudo caminhava sempre para o tratamento mais radical. Chorei ininterruptamente durante a primeira sessão, não conseguia aceitar estar passando por aquilo. Meu marido quase não trabalhava, para poder acompanhar toda essa fase pior, minha mãe ajudava como podia com as crianças, ficando em casa para coordenar o bom andamento de tudo, e eu temia demais perder o meu cabelo, senti um grande mal-estar durante pelo menos cinco dias após a quimio.
Foram quatro sessões, com intervalo de 28 dias de uma medicação mais potente, e depois oito sessões semanais de um medicamento mais suave, que causava mal-estar somente durante sua administração. Meu cabelo não caiu, apesar de ter perdido muitos fios. A rotina se baseava em exames constantes para a contagem de glóbulos; fui fazendo também um tratamento paralelo, tomando muitas vitaminas em cápsulas e soro, semanalmente, o que penso ter ajudado bastante para agüentar a carga pesada dos medicamentos.
Em resumo, foram seis meses de tratamento, de junho a dezembro de 1994. Acho que enfrentei bem a situação, as forças vêm não sei de onde, talvez da vontade de viver e ver minhas filhas crescerem, e por acreditar que elas não saberiam viver sem mim. Tive o consolo e o apoio de todos à minha volta, de alguns mais, outros menos, mas sempre uma torcida positiva. Em casa, no convívio social, tentei não me deixar abater, levar uma vida normal, fazer tudo, como sempre. Antes vivia estressada com tudo. Agora procuro evitar o estresse, preenchendo meu tempo com muitas atividades. Sempre procurei não pensar na doença. Faço acompanhamento a cada três meses. Hoje estou curada. O que tenho a dizer para todas as pessoas que passaram ou estão enfrentando este problema, é que não se desesperem. Muito pensamento positivo. Confiem em Deus, que é o “Médico dos Médicos”.


 Caso 4: Sônia, 48 anos, entrevistada em fevereiro de 2002, no Hospital Centro de Referência da Mulher em São Paulo (SP) e residente do Paraná. Na ocasião, estava retornando a uma consulta rotineira.

Em 21 de junho de 1994, ao examinar-me, descobri que tinha um caroço na mama e um debaixo do braço. Levei um tremendo choque, pois tive certeza que se tratava de um câncer de mama Chorei a noite toda, imaginando as conseqüências da doença na minha vida, na de todos os que me rodeiam, principalmente meu marido e meus filhos.
O médico, ao ver meus exames, foi taxativo em afirmar que se tratava de câncer de mama, e que o nódulo perto da axila poderia ou não já ser metástase, apesar do nódulo mamário ter só 2cm. Foi quando ele colocou para mim a "possibilidade" da mastectomia. Desabei. Tentei muito me controlar, mas foi difícil. Era um misto de desespero, indignidade, medo. Achava que aquilo não estava acontecendo. Logo EU, que sempre me examinei, que sempre corri por todos na família, que sempre fui o porto seguro de tanta gente...
Preferi acabar logo com essa angústia e optei por ir direto à cirurgia, fazer biópsia de congelação para o médico na hora ver o melhor a ser feito, e pelo ponto de vista médico essa também foi a melhor escolha.
Realizei os exames pré-operatórios, internei-me dia primeiro de julho do mesmo ano, para operar no dia seguinte. Ao ir tomar banho para vestir a camisola cirúrgica, às 5:45hs, desejei que o tempo parasse ali. Era meu último banho ‘inteira’, ao mesmo tempo era o último banho com ‘aquilo’ no meu corpo. Rezei muito, entreguei minha vida e meu recomeço a Deus. Pedi que Ele cuidasse da minha família caso morresse, pedi que abençoasse meu médico, o anestesista e toda equipe. Nunca me senti tão triste e sem o domínio de uma situação difícil. Ao fim da cirurgia e após o retorno da anestesia, vi que estava mutilada, feia, deformada, mas viva.
Ainda em julho, chegou o resultado do meu exame anatomo-patológico: carcinoma ductal invasivo; foram retirados 15 linfonodos da axila direita, e todos já estavam com metástase.
Tive que fazer oito sessões de quimioterapia, 1 a cada 21 dias.
As duas primeiras sessões foram razoáveis, mas a 3ª e a 4ª foram terríveis: as náuseas, vômitos e mal-estares eram tão grandes que não saí da cama por três dias, não conseguia beber nem água, muito menos comer. Algumas unhas das mãos escureceram devido a uma das drogas que tomei, e passaram a crescer lentamente, apareceram pintas que não tinha e perdi 90% do meu cabelo em 3 dias. A queda começou 16 dias após a 1ª quimio. Foi chocante, apesar de já esperar por isso, e comprei uma peruca. Perdi meus pêlos pubianos, da perna, braços, cílios e sobrancelhas. Como sempre passava óleo de arnica no couro cabeludo, reforcei com babosa e meus cabelos logo começaram a crescer, mas voltaram a cair após 17 dias da 5ª quimio que, felizmente, é composta por outras drogas, as quais, como efeito colateral imediato, só causaram-me um pouco de dor no corpo.
Hoje, vivo em casa uma vida confortável, sou muito ajudada e apoiada. Faço tratamento psicológico. Minha psicóloga é uma amiga que sempre me ouve. Minha vida sexual só não é melhor por minha culpa, meu marido encarou de frente minha doença e nunca me rejeitou, muito pelo contrário. Hoje posso dizer que estou curada e com muita fé. Tenho meus maus momentos, mas confesso que esqueço do que eu passei. Só quem é forte consegue sobreviver ao terremoto que acontece por dentro e por fora de quem teve ou tem câncer de mama. Estou na expectativa de poder fazer no futuro minha reconstrução de mama.
O importante é que estou VIVA, e com muita vontade de viver, para o mundo e para mim mesma. Sempre ficava para trás em meus planos e perante o mundo. Agora, graças a Deus, tudo mudou...


 Caso 5: Fátima, 38 anos, entrevistada em fevereiro de 2002, no Hospital Centro de Referência da mulher em São Paulo (SP), e residente de Goiânia-GO. Na ocasião, estava em retorno a uma consulta periódica.

Descobri e confirmei, no mês de Outubro de 1995, que tinha câncer da mama. Tudo aconteceu demasiadamente rápido – seja o diagnóstico da doença, seja a intervenção cirúrgica. Não me deixei, em qualquer hipótese, perder a esperança.
Para ser breve, o que me aconteceu foi que, após a biópsia, foi-me feita uma primeira intervenção cirúrgica, para ser removido o nódulo que foi enviado para análise, a fim de se confirmar se seria realmente um carcinoma.
Até a presente data tenho o melhor prognóstico possível. O meu caso foi mais um que confirma que a rapidez e a persistência na atuação e na procura do médico são fatores determinantes para a cura. Além disso, tive a felicidade de ter sido sempre exemplarmente bem encaminhada pelos médicos e enfermeiros, levando-me a sentir uma grande confiança na equipa clínica, o que aumentou consideravelmente o meu ânimo face à doença e aos contratempos.
No meu caso, outros fatores existiram, de grande importância, para que não perdesse a esperança. Tive um incansável e incomensurável apoio da minha família, do meu companheiro, e dos meus amigos, bem como a minha fé em Deus, que vi reforçada nesse momento tão delicado da minha vida. Ainda assim, acho que toda a nossa recuperação está em grande parte nas nossas mãos; temos de ter um espírito super positivo e não esmorecer nunca, nunca, para não degradarmos ainda mais a nossa qualidade de vida!.
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Maira Gall