segunda-feira, 24 de maio de 2010

Abigail

Ela era filha de Joceb, irmã de Z
Jeziel,

na candidez de seus dezoito anos, era um gracioso resumo de todos os encantos,
das mulheres de sua raça. Os cabelos sedosos, caíam-lhe em anéis caprichosos sobre os ombros, emoldurando-lhe o rosto atraente, num conjunto harmonioso de simpatia e beleza.
No entanto o que mais impressionava, no seu talhe esbelto de menina moça,eram os olhos profundamente negros, nas quais intensa vibração interior parecia falar dos mais elevados mistérios do amor e da vida.

domingo, 16 de maio de 2010

Manhã de domingo



Nesta manhã de domingo de outono
nosso céu acordou sem nenhuma nuvem a torná-lo pigmentado nas cores das asas dos anjos,
Era uma manhã de céu que
De uma ponta a outra estava realmente
Infinito
Inacabado
Como me senti
Em minha caminhada matinal silêncio nenhum ouvi
Devido ao sono que envolvia os cidadãos daqui
Era um quadro fantástico que se abria aos meus olhos
Ficar a desfrutar o que restou do vento frio da madrugada em poucos cantos
Contrastando com qualquer vento quente
Fortuito
Que me roubava sua atenção
Em encontros de despertamento
E chamamento
Frios e quentes ao meu encontro
Procurava vez que outra identificar sons de distante originação
E quando sucedia meu êxito eis que brotava em mim
Algo que racionalmente identificava como
Um não sei o que
E arrancava de mim algo que era o meu eu adormecido
Que imobilizava minha ambição
Abria campo aos sentidos guardados nas caixas de madeira
Busquei em meu almoço o frescor das verduras e do azeite de oliva
Fiquei ali sentado em frente da minha mesa ,palco de tantos eventos de minha e da vida dos meus,
A escutar um relógio antigo
Que hipnoticamente batia, com ritmo e cadencias resgatadouras
De minhas lembranças
Ainda não adquiridas
Após refeição frugal
Ainda me conservo ali
A escutar o mundo mudo
A refletir com minhas emoções de estranho apossamento que
Percorre
Vez que outra minha vida atual
Senti que buscava a terra profunda onde os vegetais que me alimentaram viviam
E esta energia de solo fértil impeliam meus dedos a escrever
Ao mesmo tempo imantava-me algo externo
Conduzia meus sentidos a separar vários seres que me habitam

Entao, a vida me soou diferente
como se eu fosse algo que nao sou
ainda
e fico a pensar
que sou

sexta-feira, 7 de maio de 2010

HOMENAGEM AS MÃES


HOMENAGEM AS MÃES






Minha mãe,
eu não sei quanto de mim veio de você
ou de meu pai
ou do mundo,
mas faço idéia.
Quando você me embalava
não tinha idéia de como eram seus sonhos, medos, frustrações, inseguranças
da jovem mulher que habitava você
e hoje, talvez, tenho apenas idéia de toda esta riqueza humana construída em sua mente.
Em meus olhos de filho ,
via grande mar que habitei em seu ventre,
e acompanhava seus passos no balançar da água que me envolvia e nutria.
Meu período de nascer chegou e ao invés de mergulhar em ti, te deixei, e comecei a navegar em teus braços, e nas melodias que provinham de sua voz, como vento que empurra o barco, embalando-me, em tentativas de buscar sono, sonho ou paz.
Mas meu corpo pedia crescimento e então te deixei uma vez mais, para buscar outro mundo, onde minhas pernas me deslocavam por onde eu queria ir.
Veio-me a puberdade e a tensão se instalou em mim, e talvez nunca mais me deixou. Não tenho mais o mergulho nas águas de tua placenta e nem mais o movimento de teu colo. Acompanho seus cabelos alterarem sua forma assim como o seu e o meu corpo. Os anos nos buscam e mais e mais procuro entender-te e a mim, mas juntamente com nosso envelhecimento, e amadurecimento, noto que aprecio muito mais, esta minha parte que veio de ti, e que já a muito habita em mim.
Singro minha vida e te tenho em minhas memórias, conscientes e inconsciente.
Hoje é teu dia, posso fazer muito mais que te dizer obrigado, mas escrever-te é mais fácil que falar-te, então componho esta música só de letra sem música para honrar teus esforços de me fazerem mais humano,
Beijo no coração
Seu filho
© TERAPIA E VIDA
Maira Gall