domingo, 16 de maio de 2010

Manhã de domingo



Nesta manhã de domingo de outono
nosso céu acordou sem nenhuma nuvem a torná-lo pigmentado nas cores das asas dos anjos,
Era uma manhã de céu que
De uma ponta a outra estava realmente
Infinito
Inacabado
Como me senti
Em minha caminhada matinal silêncio nenhum ouvi
Devido ao sono que envolvia os cidadãos daqui
Era um quadro fantástico que se abria aos meus olhos
Ficar a desfrutar o que restou do vento frio da madrugada em poucos cantos
Contrastando com qualquer vento quente
Fortuito
Que me roubava sua atenção
Em encontros de despertamento
E chamamento
Frios e quentes ao meu encontro
Procurava vez que outra identificar sons de distante originação
E quando sucedia meu êxito eis que brotava em mim
Algo que racionalmente identificava como
Um não sei o que
E arrancava de mim algo que era o meu eu adormecido
Que imobilizava minha ambição
Abria campo aos sentidos guardados nas caixas de madeira
Busquei em meu almoço o frescor das verduras e do azeite de oliva
Fiquei ali sentado em frente da minha mesa ,palco de tantos eventos de minha e da vida dos meus,
A escutar um relógio antigo
Que hipnoticamente batia, com ritmo e cadencias resgatadouras
De minhas lembranças
Ainda não adquiridas
Após refeição frugal
Ainda me conservo ali
A escutar o mundo mudo
A refletir com minhas emoções de estranho apossamento que
Percorre
Vez que outra minha vida atual
Senti que buscava a terra profunda onde os vegetais que me alimentaram viviam
E esta energia de solo fértil impeliam meus dedos a escrever
Ao mesmo tempo imantava-me algo externo
Conduzia meus sentidos a separar vários seres que me habitam

Entao, a vida me soou diferente
como se eu fosse algo que nao sou
ainda
e fico a pensar
que sou

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Maira Gall