sexta-feira, 7 de maio de 2010

HOMENAGEM AS MÃES


HOMENAGEM AS MÃES






Minha mãe,
eu não sei quanto de mim veio de você
ou de meu pai
ou do mundo,
mas faço idéia.
Quando você me embalava
não tinha idéia de como eram seus sonhos, medos, frustrações, inseguranças
da jovem mulher que habitava você
e hoje, talvez, tenho apenas idéia de toda esta riqueza humana construída em sua mente.
Em meus olhos de filho ,
via grande mar que habitei em seu ventre,
e acompanhava seus passos no balançar da água que me envolvia e nutria.
Meu período de nascer chegou e ao invés de mergulhar em ti, te deixei, e comecei a navegar em teus braços, e nas melodias que provinham de sua voz, como vento que empurra o barco, embalando-me, em tentativas de buscar sono, sonho ou paz.
Mas meu corpo pedia crescimento e então te deixei uma vez mais, para buscar outro mundo, onde minhas pernas me deslocavam por onde eu queria ir.
Veio-me a puberdade e a tensão se instalou em mim, e talvez nunca mais me deixou. Não tenho mais o mergulho nas águas de tua placenta e nem mais o movimento de teu colo. Acompanho seus cabelos alterarem sua forma assim como o seu e o meu corpo. Os anos nos buscam e mais e mais procuro entender-te e a mim, mas juntamente com nosso envelhecimento, e amadurecimento, noto que aprecio muito mais, esta minha parte que veio de ti, e que já a muito habita em mim.
Singro minha vida e te tenho em minhas memórias, conscientes e inconsciente.
Hoje é teu dia, posso fazer muito mais que te dizer obrigado, mas escrever-te é mais fácil que falar-te, então componho esta música só de letra sem música para honrar teus esforços de me fazerem mais humano,
Beijo no coração
Seu filho

Um comentário

Anônimo disse...

Essa foi a mais bela que você publicou aqui até agora!

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Maira Gall