sábado, 25 de abril de 2009

Poesia Outono

Faz tempo que não via o brilho dele
Gargalhando e transformando em ouro por onde toca
Por entre as ovelhas volúveis fofas brancas
Que céleres deslizam-se pelos meus olhos
Quase míopes
Muito castanhos

Mas naquele dia todas as borrascas azuis acinzentadas
Permitiram
e se pode permitir

era um final de tarde e a linha sinuosa da terra
acariciava sua luz
tímida presente
quase diferente

E na comemoração daquela visão
Toco meu deleite
Respiro do ar que a transformação convida

No dia seguinte é outono
Acima de tudo está azul muito
As ovelhas partiram para sempre
Até a próxima chuva

E se o mato verde agora reina
Em breve vem o cheiro de palha seca
As ventanias de cachorro louco
Os lábios rachados que a meninas teimam umedecer

O mundo muda
Junto com ele a gente também
Mesmo que teimamos em ficar
Estando no eterno partir
© TERAPIA E VIDA
Maira Gall