terça-feira, 26 de dezembro de 2017

POEMA-Véspera de natal


Era como se a cidade inteira me deixasse, para uma viagem
as ruas desertas produziam confortante silêncio
algumas aves pousadas nas árvores me acompanhavam na caminhada
disputando um canto com o som de meus passos
folhas se chocavam umas com as outras, estralando a hipnose
o frescor da tarde acolhia a imensidão de meus pensamentos

Era véspera de natal de 2017
a magia do dia desafiava-me as emoções

Tentava uma conexão com Ele
talvez paz, talvez fraternidade, talvez esperança. Talvez fé?

Em meu percurso uma rua que subia forte
ultimo sol das 19hs no fim daquele dia que teimava ali

subia ofegante e quando olhei para ele a luz ofuscou-me
via o astro rei gargalhando sobre meus olhos entupidos de luz
embaralhava-me a visão
no meio da rua deserta

mas aquilo magnetizou-me
Insisti
em vão ergui o olhar

baixei a cabeça
mais por orgulho de ser dominado do que por humildade e admiração
não conseguia enxergar nada, somente aquela luz dourada

a sarjeta emoldurava o sol
tentava olhar sem êxito
mantendo a cabeça olhando para o solo
num gesto de criador e criatura

Lembrei-me Dele

Era véspera de Natal
me vi pequeno face a sua grandeza
 e previ
minha reação de um futuro mesmo distante
de um encontro com Ele.

                                                       José Borges da Silva Filho

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