sábado, 22 de agosto de 2009

ESTA ETAPA-POEMA







Algumas vezes agradeço ao universo
algumas vezes peço ao universo


quando agradeço,
pelo céu azul de agosto
seu cheiro de palha seca e amarelada morta temporariamente
pela falta de chuva
que quando umedecida
convida

E por eu ter a sensibilidade momentânea de brindar este momento

E quando vejo as Últimas chuvas de maio
despedindo-se do verão
olho no final de tarde
e entrecortando ALGUNS raios de sol
nas nuvens de adeuses
azuis borrasquentas
bloqueando o fácil suspiro
do astro rei que esvai
como um corpo tombante
árvore milenar que cede ao golpe
e pela minha razão identificar
os fótons da tarde

E quando peço
soluço por dentro de minhas dores
amealhando
mendigando
nova oportunidade de conquistar a mim
somente
simplesmente
E depois
saber passar
a paz que não fiz nem semeei
E quando tentei
errei
aclamar os brados que de meu peito
gritaram em inocentes ouvidos

E por oportunidades de consciência que
talvez possa-me no futuro
me disponibilizar
nos cantos de ignorância atormentada

E nesta aclamação desesperada agradecida

vejo meus cabelos alterando suas cores a cada manhã
e minha jovem pele
acompanhando os sulcos da terra lavrada
na vida de meus tempos
de um outro compasso

pedindo um nova oportunidade

de te ver ao meu lado
com um pedaço de pano branco macio
Enxugar lágrimas que fiz você derramar
talvez
no meio de sua inocência


E agora te vejo longe

De pé com suas pequenas mãos
Segurando uns dedos aos outros
Olhando ao longe um não sei o que...

Talvez pensando sobre sua vida
futura
E...
Eu continuo vibrando por você
Para que em seu retorno
Possa
Eu
recomeçar

Que possa eu ajudar a reconstruir
o que acho que tentei ajudar a construir


Estando mais apto a fazer meu papel
de
Pai.

Um comentário

Ana Maria Menezes disse...

Que homenagem bonita, meu amor.

© TERAPIA E VIDA
Maira Gall