terça-feira, 2 de junho de 2009

Vida viagem

Homenagem ao terapeuta Milton Vicente fernandes

Alguns barcos possuem uma estrutura para navegar em águas de tormentas,
casco reforçado,
vela resistente aos ventos que vem de longe mover à viagem desafiadora,
leme e bússola aferidos para se localizar numa noite escura onde a estrela do norte não pode guiar a tripulação,
quilha para cortar ondas brancas espumantes e seguir viagem,
e no comando...
áh,
no comando um sonho
que salta
ao peito do marujo buscando
singrar,
desafiar,
conhecer,
admirar,
e exercer aquilo a que veio ao mundo,
velejar.
Tantas vezes pousou seus olhos úmidos no horizonte e divisou
a terra e o céu, o mar e o céu, o mar e o mar,o céu e o céu.
Olhando para o mar viu a si.
Olhando para o céu viu a si.
Mares revoltos ele passou sentindo o coração doído nas horas que era chamado ,
e sempre após a tempestade vem o sol.
Após porto tranqüilo vem a viagem
pois marujo é feito para estar no barco,
vencendo desafios
admirando calmarias
enriquecendo a sua e a vida dos seres que tem contacto,
pois um marujo foi feito para ficar no mar, no seu modo, do seu jeito.
Fortes barcos podem viajar em águas calmas,
admirando eles apreciam o céu refletido na água mansa,
vendo nuvens,
ventos,
pássaros
cheiros de tempos e emoções
todos estampados refletidos no espelho milagroso de uma água calma refletindo nosso olhar alma.
Tudo o que há no céu há na água.
E as novas fases vão nos colocar ensinamentos ao seu modo.
Se a tormenta exige habilidades do marujo para não romper a grande pressão do vento e da onda,
a calmaria exige outra habilidade para que o barco movimente-se,
às vezes rápido
às vezes lento
sempre a romper o espelho universal e refletir a alma do marujo
misturando-a com as cores do infinito
movimentar-se
e desfrutar de qualquer calmaria
de qualquer tempestade
o segredo de tudo.

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