Oh santa maria,
Não és Pinta nem Nina
Parado aqui em frente aos cacos de meu passado
Os tijolos grandes e as telhas feitas nas coxas, derrubados
pelo tempo de quem não te quer, paredes sem rebocos e sem vida no chão dos
insetos
Vejo que o passado não existe, mas provoca-nos.
Posso ver nesta mistura, os canudinhos recheados
com doces de leite, as chegadas a noitinha naquela venda suja e escura com
gosto de biscoito de polvilho, as paredes pintadas de verde escuro iluminadas
com lâmpadas de 60W, os velhos antepassados quase muito queridos, agora
despejados em seus mortos sepulcros.
Nas lembranças em meio a entulhos de construção
Era uma rua com grama sombreada de folhas secas,
pétalas rosas de paineiras e ar fresco da manhã,
Agora, no local da grama há asfalto, e encontrei
dois garis varrendo minhas folhas e pétalas rosas, das paineiras bucólicas, coletando
meu passado.
Varreram de mim, mas me conservaram no meios do
entulho do barracão derrubado, amontoado e confuso.
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